26.3.08

Butoh Pop


Esta noite saí de casa para encontrar duas amigas constantes, Paula e Dani, para juntas assistirmos à um espetáculo de Butoh com o tradicional bailarino Yukio Waguri, discípulo de Higikata. Fomos esperando assistir algo do clássico oriental, no entanto a surpresa foi grande. Em dupla com a bailarina Noriko Seki, Waguri nos surpreendeu apresentando inovação e descontração em relação a cultura pop de seu país e também das Américas.

Seki é uma bailarina contemporânea e seu duo com Waguri me remeteu ao que pode ser o Japão nos dias de hoje.

Ficamos nós, brasileiros, comemorando o centenário, descendentes ou não, enquanto o Japão que aqui se cultiva já não mais existe, foi desmistificado, materializado e talvez até possa ser vendido em potinho de areia por apenas um real. Mas apenas os japoneses do Japão é quem tem a capacidade de rir sobre sua própria dor. Somente aqueles que sobreviveram à um ataque nuclear sabem oque é o Butoh e por isso podem "brincar" com ele.

Nós, meros latino-americanos, nos contentamos em prestigiá-los e agradece-los, já que o espetáculo foi produzido justamente para esta comemoração.

16.3.08

Mistério da morte


A velocidade dos meios de comunicação tem me assustado muito. Posso me comunicar com qualquer pessoa em qualquer lugar do mundo a qualquer momento. Tantos "qualqueres" me trazem novidades a cada momento e perco a capacidade de manter relações antigas, é tanta gente, tantos mundos, não estou.

As idades já não importam. Gerações se interligam por redes invisíveis à qual todos estamos conectados, a movimentação é frenética e a possibilidade de reencontro é mínima.

Atualmente Freud já não mais explica, talvez Delleuze e Guatarri estejam próximos daquilo que procuro compreender e simplesmente não consigo.

Também, se fosse possível estaria próximo daquilo que seria o grande mistério da vida, ou da morte!

6.3.08

Da dificuldade de encontrar palavras...


Todo dia o sol levanta, mas nem sempre a gente canta...
Como cantar se as palavras não saem, você busca e não as encontra.
Qual a palavra certa para designar aquilo que realmente se quer dizer?
Consulto o dicionário, pai dos burros, nem mesmo ele neste momento fatigante é capaz de solucionar meu dilema.
Triste dos homens que abandoram o oráculo e foram viver a industrialização, horóscopo mastigado que a cada dia revela as mesmas catástrofes.
Ligo a tv e nada de novo.
Abro um livro e as palavras embaralham-se.
Vejo fotos que revelam um passado imodificável.
Quem sabe o horizonte que São Paulo esconde traria a frase correta, aquilo que incansavelmente busco, o futuro de algo que nunca irá se realizar, ou irá?
Papéis se misturam em uma lixeira branca, abandonados.
Frases vomitadas de dias antigos não compreendidos.
"Deuses, como é difícil o dom da sabedoria quando não o serve a quem o tem!" diria Tirésias...